E o tempo passou

Esse final de semana fiz algo que não fazia há muito tempo: me sentei na calçada da casa da minha vó, debaixo de um solzinho quentinho, e pensei sobre a vida... É coisa de quem não tem nada pra fazer, mas adoro fazer isso... Parei dessa vez para perceber como o tempo passou. Ainda ontem eu ia na casa da minha vó brincar no quintal, comer romã, brincar de piscininha com meus brinquedos, falar de como tinha sido meu dia na escola, etc... (aproveitando o momento para agradecer a minha antiga diretora do prézinho, que muito me ajudou, e que vim a descobrir que faleceu nesse ultimo ano). Adorava meus dinossauros, hot wheels, meus bonequinhos de lego, construir castelos de areia, prédios, e brincar neles a tarde inteira, até minha vó me chamar para tomar banho e jantar. Nunca me diverti tanto quanto nesses dias. Agora fui para a faculdade, meus brinquedos, que estiveram sempre ao meu lado, estão agora abandonados em casa, no sótão. Minha vó me espera por rápidas visitas, nas quais estou tão cansado da vida que nem me concentro nela direito, mas estão todos lá, sou eu que sai desse mundo, não por opção, mas por convenção. Parei para ver a rua em frente a casa dela... É, na verdade as coisas mudaram. A antiga distribuidora de água, na qual passava tanto tempo jogando conversa fora faliu, e agora é um brejó. O barzinho está detonado e sem as musicas de noite, a favela lá perto aumentou, minha vó mesmo está mais velha. Nessas horas somente me entrego à musica de McFly tocando no meu mp4 (a melhor banda que já ouvi), sinto o sol esquentando a minha pele, e continuo admirando a rua em frente a casa da minha vó, um mundo se perdendo com o tempo, sem que eu possa fazer nada, além de fugir...